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Tudo sobre os meus livros: da timidez à publicação

Comecei a escrever muito cedo. Aos 9 anos pedi uma máquina de escrever como presente de aniversário ou Natal (as datas são muito próximas). Sentava-me em frente à máquina de escrever com os livros abertos e copiava-os. Mais tarde, criei as minhas próprias histórias e inventei personagens. Figuras fundamentais no meu desenvolvimento, fui incentivada pelos meus professores a expandir a minha imaginação. O meu momento preferido eram as composições com tema livre e os elogios motivadores do meu professor de português. Brincava às bibliotecas e livrarias. Fazia cartões de leitor para leitores fictícios.



Criei o meu primeiro blogue quando surgiram em 2006. Escrevia de forma feroz, visceral e diariamente, mais de uma vez por dia. Conheci diversas pessoas que me incentivaram a continuar a escrever, identificadas com as emoções que passava para o papel. Quanto mais lia, mais insegura ficava.

Li e escrevi muito e nunca pensei na carreira como escritora por vários motivos e inseguranças. Sempre tive muito para contar aos outros. E, por isso, criei a minha newsletter e o meu canal no Youtube. No entanto, o desejo de publicar esteve sempre comigo. Por amor, ânsia e gosto em receber opiniões dos leitores. Por fascínio e obsessão em escrever. Foi através da literatura que encontrei uma forma de arrumar os sentimentos guardados dentro de mim. Enviar mensagens subtis aos outros, resgatar pessoas ou enterrá-las.

Comecei na publicação com um pequeno ebook autobiográfico que teve um bom feedback, dois anos depois publiquei o meu primeiro romance autobiográfico do qual me orgulho.

O primeiro passo para a publicação é encarar a profissão como outra qualquer, empenho e comprometimento. No fundo, o fascinante neste trabalho é poder fazer aquilo de que se gosta. Quando escrever é algo que não se consegue controlar é o verdadeiro motivo para fazê-lo. Nunca por questão de ego ou dinheiro. É necessário existir um horário de trabalho e entrega. Por ser uma atividade bastante solidária, na fase da criação, é necessário recorrer ao poder de concentração e dedicação. Desistir com medo de não atingir a qualidade de autores clássicos, ou bastante populares entre outros leitores, não deve ser impedimento. Existem livros para todos os gostos e várias formas de contarmos histórias. É importante ter a noção de que os livros são dos leitores quando chegam a eles. E acreditar no trabalho que foi feito, saber defendê-lo.



Eu acredito que os meus livros podem abrir reflexões sobre relacionamentos e traz uma visão (relativamente ao primeiro) sobre o que as crianças guardam na memória quando crescem. Mostra que as crianças têm limites e criam defesas desde muito cedo. No caso do segundo, o meu romance, trabalho a necessidade de uma mãe proteger os seus filhos e a forma como lida com as mudanças inesperadas sem perder-se de quem é.

Continuarei a escrever durante toda a minha vida. Quando se faz o que se gosta, com amor e verdade, não há como falhar.



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Cláudia Benedy

É autora de romances. Viciada em bibliotecas e livrarias. Nasceu em 1985, em Vila Franca de Xira. Vive em Alenquer, mãe de quatro filhos. 

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